15.2.07

De como o nada passa a ser uma coisa

Suponhamos a idéia de que o universo é regido pela força do livre arbítrio divino. E o que é esse livre arbítrio senão a capacidade de seleção de opções, sendo que essa escolha pode ou não estar de acordo como traçado pelo "divino". Suponhamos que as coisas pensadas por esse arbítrio passam a ser conhecidas (coisa) e que a parte estranha e não construída por ele não recebe coisificação alguma. Essa parte se torna então o antônimo assimilado como recebedor de um prefixo tido como o ausente de-, o desposto de-, a descoisa de- e finalmente o "nada".
Estabelecem aí uma antítese: nada e coisa. Disso podemos pensar que as coisas se mantêm exatamente em oposição ao nada e que uma linha tênue separa esses dois pólos de espaço pensado e espaço não pensado. Entretanto a medida em que as idéias tomam forma no consciente, elas deixam o espaço do nada e passam para o espaço da coisificação.
Disso eu posso postular que as coisas passam a existir a medida em que nossas idéias vão sendo formadas, por exemplo: vamos pensar numa laranja. E agora vamos comparar as ídéias de laranjas que as pessoas tiveram: podem-se pensar em laranjar gigantes, laranjas pequenas, verdes, normais, de cores alteradas e partidas ao meio. A lembrança da laranja gerada é somente uma, de primeiro impacto. O que não foi lembrado é descartado para uma zona de possíveis memórias, uma zona "de nada".

14 de fevereiro de 2007, as 02:26:00.



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