30.4.07

pausa para o mundo onírico...

... voltando para o mundo real. Um breve parêntese para saber que ainda possuo membros, olhos, pais, responsabilidades, dramas pessoais e de amigos (um mundo todo que não pára para ver o que acontece dentro da minha cabecinha; que dá voltas e voltas enquanto o jovem ícaro aqui paira no ar, esquecendo que coisas importantes e decisivas também acontecem do lado de fora). (...)


acho que agora eu achei realmente o significado do arcano XV...

caixinha de música.

sonzinho estridente.
melodiazinha que desenha lá no fundo dos ouvidos o sonho de ver o casal de bailarinos saírem dos eixos para rodopiar, suspensos no ar.

29.4.07

"Ela queria estar sempre grávida. Para isso, tatuou um bebê abaixo do seu umbigo, pra poder sempre ter um neném na barriga..."

25.4.07

it's begun at my lunch's time...

Se você tocar em mim eu juro que grito. Vou gritar até me estourar por dentro. De raiva, de paixão, de sei lá o quê...
Acontece que eu me achei tão frágil agora pouco, na hora do almoço, que nem todos os pedaços de frango, os copos de café e os cigarros mentolados seriam capazes de aterrar esse buraco.
Estou frágil... como uma jóia barata feita pelos hippies da UnB. Padeço de tchonguice aguda. tenho vontade de ficar completamente sozinho e de voltar a segurar pelo fio o meu balão cor-de-todas-as-cores.
Por isso eu digo: se você tocar em mim eu vou explodir todos os meus silêncios, engatar num desabafo que provavelmente irá durar até o dia em que minha saliva secar.
E o medo vai crescendo junto com a tchonguice. É uma rêmora se alimentando dos momentos que eu perdi, facilitando o meu estado gelado e pouco espesso, esperando somente um pequeno toque para se esfacelar.
Saudade de uns olhos que faz tempo que eu não vejo. Saudade de coisas que eu nem sei dizer o nome. Melodias que eu não consigo cantar... Sutilezas que eu falo e ninguém escuta. Uma coisa dolorosa que só eu sinto e sinto muito em não poder dizer isso a ninguém.
A ninguém...
(...)
Um dia realmente cheio: ensaio estranho, sensação estranha na hora do almoço, bate-boca na copiadora, sono na aula... afff!
Pelo menos a noite voltei a sorrir. Voltei a ser Ícaro, bailarino nos céus.

24.4.07

t c h o n g o . . .


deixei a janela aberta hoje.
estava tchongo
estava meio assim
os olhos sorrindo
blusa nova comprada
novo estado alcançado
e o sentimento inflando dentro da garganta
é apenas mais uma fase do longo processo de individuação
e eu vou ralentando os momentos que na verdade queria que fossem efervescentes
e fazendo o contrário com todo o resto
cof cof
alergia
coceirinha, coceirão, vai espalhando de montão
injeção (nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao)
na bunda
sono, êta sono!
e a tchonguice lá, crescendo, crescendo
sem nada mais para fazer e a tchonguice lá, lambendo o espaço entre o ombro e o pescoço.
vontades.
vontades como todos têm
vontades só minhas
tiques só meus, meus meus meus.
bucolismo (eu quero uma casa no campo, onde eu possa plantar você)
você você você, com seus olhos de azeitonas pretas, seu queixo e suas mãos pequeninas.
medo de estar prendendo coisas interessante
medo de estar deixando solto o meu tempo.
medo dos jogos sentimentais e da crise bucólica.
crescer, voar, sair er, ar, ir......................
de vez em quando eu não sinto a menor vonatde de estar alí, de rir os mesmos risos e ver o que existe por trás daquela rotina, sem poder falar, pois se falar acabo quebrando o espelho e todos vão me acusar.
sinceridade, é, sinceridade. quero ser o rio de água mais límpida
quero que os outros sejam assim.
detesto mentir, mas detesto perder os critérios.
e a tchonguice sentada nos meus ombros
uma vontade grande de ver novamente o meu balão cor-de-todas-as-cores.
vontade de derreter um prantos após assistir um bom espetáculo
e vontade de contar tudo, pra primeira pessoa que aparecer. Contar que estou feliz por isso, por aquilo e por aquilo outro (mesmo que a expressão seja totalmente clichezão),
contar e revisitar a história nos olhos dessa pessoa, e ver que ela também embarcou na mesma viagem.
cansei de peles sem brilho, de olhos turvos, de risos esganiçados que só me fazem querer sair correndo.
tô desabafando, merda!
tô pulsando, de dentro dessa tchonguice. e vejo que ainda pulso.
e vejo que ainda sou eu, que estou apenas me acrescentando.

...

um momento bom, com toques delicados e sutilezas que se revelam nos olhos redondinhos e pretos como a noite...

estou num momento bom.

20.4.07

Voa balãozinho, voa!


Ouvi muitas opiniões e especulações sobre o que poderia acontecer. Estava disposto a fazer algo diferente de tudo o que eu fiz: nunca mais ficar no meio do caminho, quando tiver uma questão delicada envolvendo os meus sentimentos de afeto. Abri lentamente a mão, soltei o cordãozinho fino que o unia a mim e fiquei olhando ele se elevar nos céus. Mas o que eu não sabia era que o balão cor-de-todas-as-cores voltaria para mim, sem que fosse preciso pedir. Como eu sempre quis...

O vendedor de balões (história bonita. vale a pena ler!)

17.4.07

carma da bola 8


cultura popular na 508 sul...
velhos rostos;
saudade de amigos;
velhas danças;
"Quando eu sonhei que estava em Moscou, dançando pagode russo na boite... (...)";
girando e rindo com a pessoa que está periódicamente aparecendo na minha vida;
túnel de quadrilha;
fotos, performances, esculturas, lembranças de compromissos;
coisas que precisam ser ditas mas são disimuladas;
nossas mãos se beijando, parodiando um beijo que torço desmedidamente para acontecer.
mais tarde, sinuca no Barzão... Uma negação (ou aprendo de vez a jogar sinuca ou decido de vez parar de tentar jogar, gaap!) Deve ser o carma da bola 8 que eu surrupiei há algum tempo, que imputou uma praga sobre minha habilidade em potencial para jogar... e isso vem acontecer logo qndo estou bem perto de abrir o verbo e falar abertamente sobre minhas inquietações para a criatura em questão.
bem, o que resta fazer numa situação dessas: abrir a mão novamente e deixar o balão cor-de-todas-as-cores sumiur na imensidão do céu ou segurar pela corda mais um pouco?

enfim... estamos aí...

14.4.07

para diluir um tumor.

previsão do dia:
"Quando as pessoas dizem: vamos sentar e conversar? A melhor hipótese disso é o esclarescimento, só que nem sempre é isso que elas buscam; às vezes, querem sentar e conversar para se insultar mutuamente. Essa não seria uma conversa, não é mesmo?"


...
Eu te olho, tu me olhas...
Eu te danço, tu me danças...
Eu te construo pra mim, tu te desmoronas pra mim...
Eu te deito perto, tu te deixas deitar perto...



O garoto cresceu saudável, inteligente, astuto e desconfiado. Já era adulto, mas não admitia deixar seu lado garoto ficar suprimido: Ele sempre pulava nas horas em que ele se sentia confortável ou então em situações limite, onde os olhos já não sabiam pra onde olhar, nem as palavras por onde se articular.
O garoto pediu pra conversar mas o sono o venceu na luta por esclarescimentos. Ficou somente a sensação dissolvida no salão branco da cor da neve (minimalista, como o garoto sempre sonhou que fosse). Ah, tinha luzes brancas tb, como o garoto sempre quis. O problema novamente era as circunstâncias, que não éram favoráveis e nem confortáveis.
E o garoto também dormiu. E deve ter sonhado.
Acordou meio insone, meio assim... Reuniu sua caravana de abraços que naquela hora eram bastante dormentes e se ausentou dos círculos de luz, da mostra luz, dos rostos, dos demônios que assolavam seus caminhos. Foi-se embora... não olhou um segundo para trás.
Chegou em casa, calçou as havaianas pretas (aquelas originais, só que com a parte branca virada para baixo), fumou um cigarro, dormiu e mergulhou no seu particular.

13.4.07

bom encontrar....


... pessoas que não vemos há tempos;
... cheiros de incenso pairando no ar;
... toques de mãos macias;
... amigos que voltam de lugares longínquos;
... suavidade no copo de cerveja e no tubinho de amendoim torrado;
... gargalhadas no bar;
... gente que acrescenta;
... conversas que estimulam;
... olhos que brilham;
... loucos que passam;
... gente que tem o abraço macio e acha seu abraço macio;
... dentro da cabeça, pensamentos como flores helicópteras;
... reticênicas saindo da cabeça das pessoas;
... risos onde eu nunca vi;
... sutilezas novas vindas de sopetão;
e eu que achava que estava meio cinza neste dia em que saí de casa com as sandálias de couro que estavam me fazendo calos no ensaio de juanetes nos dois pés.

11.4.07

if you understand me...

"Ao bar eu venho quando não tenho o que sonhar"

"A clockwork orange"

"The Beatles"

"Led Zeppelin"
"Becac"

"A de amor, B de baixinho, C de coraçããããão"

"Momo momo"

"Sucessos"

"OL"

"...turmalina, matéria bruta feminina"

"Paulo Macedo"

"Atu a li za ção!"

"Years!"

10.4.07

.....

Headphones: Mon Amour- Rita Lee
Foge de mim
Mas deixa seu endereço
Em cada fim
Existe um começo e um novo sim
E talvez alguém vai dizer...te amo
Penso em você
Nada tem fim
As coisas só se transformam
Quem sabe assim
A gente se possa ver melhor sem sofrer
Sem medo de ser bom
Tá tudo bem, tudo faz parte
desse jogo, dessa nossa aventura
de viver entre a luz e escuro
Da procura do eterno momento de amar... sempre

5.4.07

marulhos em meus ouvidos.


Grandes agitos intelectuais nos últimos dias: discussão acerca do sistema de cotas na UnB, sobre o atentado aos africanos na Casa do Estudante, sobre interpretação em performances e instalações, sobre o sentido da criação para o criador... tantos assuntos sendo ruminados na minha cabeça e todos sem uma definição clara de conceito. As vezes a necessidade de tentar enquadrar algo dentro de uma só definição e aplicação gera um desconforto para mim, a sensação de nunca poder aproveitar a liberdade de sentir, de denominar, de delegar significados às coisas que para mim são "isto" e para outros são "aquilo" ou "nada". E isso me faz pensar na essência que eu construí ao longo do tempo: a compreensão do trânsito entre as coisas.
A última contenda foi com um colega de faculdade, enquanto visitávamos uma exposição. O tópico: o sentido da arte/ a conceitualização da arte/ a fala do criador a respeito do que se é criado [... creio que a emoção tem me perseguido também fora dos teatros e dos cinemas]
Mas enfim, lembrei-me da época em que eu desenhava e pintava, onde não havia a necessidade abusiva de querer explicar porque eu havia feito a obra. Era simplesmente por que eu havia gostado. Nada de mais ou de menos. Nada condenável, no meu ponto de vista.
Saí da exposição meio bagunçado e fui para um barzinho com alguns amigos. Cerveja, cigarros e mais conversa me fizeram novamente entrar em estado de "bagunça", elevando a categoria pra um universo genérico: o conceito da arte passava para a vida... e a minha conclusão era a mesma.
Sei lá... pode ser infuência astrológica, traços culturais e psicológicos ou simplesmente um infinito particular criado sem tantas regras para eu me perder. E é também aí que as sutilezas voltam e o medo de compartilhá-las vem de arrastão: o que é sutil para mim pode ser comunicável para os outros com a mesma froça com que eu penso? E na arte, uma criação sutil e totalmente prazeirosa , destituída de conceito ou não, vai tocar as pessoas ou vai deixá-las com a sensação de vazio?

Estava de regime, de uma hora pra outra resolvi, de estalão, comer um monte delas, afinal sutilezas tem gosto de nuvem, de sonhos, de frescor. O grande problema é que vicia: De repente você vai querer falar de flores helicópteras, do marulho que vc escuta quando coloca uma concha no ouvido, do sol se escondendo entre as nuvens, da rajada de vento que passou por você como um abraço, da casca das árvores, das formigas saúvas cortardo folhas... E vai querer falar pra qualquer pessoa, para a primeira que te cruzar o caminho. Quem come demais acaba se tornando dependente, tendo vontades escrotas como sair voando pela janela dos ônibus, ou querer fugir de lugares muito cheios ou muito vazios, ou de ficar numa mesa de bar imóvel, ao perceber que a pessoa que vc está gostando está correspondendo.

e como não poderia deixar de terminar sem, lá vai um bem grande....




HUNPF!

3.4.07

as vezes derreto e as vezes evaporo.


Um dia quase a toa na UnB.
Comprmisso as 10:00 e as 12:00. Depois, nada mais. Mas como a insuficiência monetária me abateu, tive de ficar até as 18:00, bailando coxamente pelos passeios mais perto do sol que só a UnB parece ter.
Poderia ter ficado dormindo em casa.
Mas enfim, foi até bom. Esquentar um pouco os ânimos, dar vazão para a timidez e voltar dormindo e pendulando dentro do ônibus.

1.4.07


noite cansada.
pisei na urina.
policiais no posto [assalto?]
usando orelhão
amigos que ligam [onde vc está?! Vc vai no lançamento do meu cd!!!]
festa. [festa?]
[A Wânia...]

dançar, dançar, dançar...
beber, beber, beber...
cansar, cansar, cansar...
rumboradaqui!!!!!!!!
....


mais uma noite. sem fortes emoções. voltando pra casa, vento frio no rosto e o olho amarelo da lua, fiscal da noite, assombrando e encantando as três almas dentro do carro.