27.2.07

voltando as aulas.



**Headphones: "The power of orange knickers"- Tori Amos e Damien Rice


Faltam poucos dias pra rotininha universitária voltar, mas como em todas as vezes esse semestre vai começar com novos relevos: rostos diferentes vão povoar os corredores do depto. de artes cênicas da Unb e até mesmo os confins da universidade. Novas pessoas circulando entre pessoas antigas e conhecidas, ou antigas e desconhecidas.... engraçado. Geralmente numa escola de ensino médio a gente costuma conhecer todas as pessoas, mesmo que de vista apenas, mas num ambiente mais amplo como o da universidade, onde por muitas vezes a gente tem a sensação de estar indo para o primeiro dia de aula, a sensação das épocas de adolescência é poucas vezes sentida.


Passando pela unb hj eu pude me sentir mais familiar aos passeios de concreto por entre as árvores e os prédios, entre as cadeiras do restaurante universitário e com os funcionários e colegas de departamento. Pensei "é isso, estou em 'casa.'". Mas bastou eu dar uma volta solitário por entre as pessoas para a sensação de "calourice" voltar. definitivamente cheguei a uma conclusão: detesto andar sozinho, estar sozinho, ser sozinho (mesmo que seja preciso e inevitável).


Rostos desconhecidos sempre me assustavam e me provocavam uma certa curiosidade: as vezes um rosto que parecia ser de ninguém torna-se conhecido com um piscar de olhos e uma vasculhada ultra rápida na memória; outros rostos aparecem como de sopetão, dão um sorriso pra vc e logo em seguida desaparecem na massa de rostos turvos deixando você com a sensação de aquilo ter sido imaginação ou de ter simplesmente conhecido essa pessoa em alguma época e que no momento seria impossível lembrar do nome da silhueta aparecida; ainda há os rostos de pessoas simpáticas, que exalam uma vontade muito grande de se comunicar com as pessoas ( já fiz grandes amizades em filas, por exemplo), do mesmo jeito que há os rostos fechados, que provocam verdadeiros rupiões ao se olhar, como se jogassem lâminas pelos olhos; e finalmente, distinguindo a última classe de rostos, há aqueles que servem para contemplação, quando a gente percebe, no meio de todas as pessoas que não páram de ir e vir, no meio dos sorrisos e dos demais barulhos um rosto que te faz parar, absorto e ao mesmo tempo preso no que te aparece, e que em rápidos segundos te some do campo de visão e você fica se perguntando se verá aquele rosto novamente, pois a universidade é muito grande e há a sensação de primeiro dia de aul.... é então que guardamos a silhueta em algum lugar da memória pra ela voltar à tona SE o rosto tornar aparecer.





Tudo isso pra dizer que nesses últimos dias tenho sido presenteado com a contemplação de rostos que eu só via de vista, ou que me chamavam a atenção de alguma forma: eles se tornaram mais freqüentes e mais afetuosos... mais amigos. Presencio a ascensão da "calourice" tomando conta do meu cotidiano, afinal 5 semestres já são mais que suficientes para eu começar a me sentir a vontade entre os outros. vamos que vamos construindo pontes!





é isso, simples como brincar de colorir.

22.2.07

em quaresma.


**headphones: "A primeira Pedra"- Marisa Monte

E tudo se reverbera dentro de mim em uma rapidez espetacular, como se eu estivesse sendo sacudido constantemente por dentro. Vontade de gritar para as quatro direções que as emoções já não cabem mais no recipiente...

mmm...

decidi não mais sair contando meus desabafos para as pessoas. Uma interface virtual como essa serve melhor para comportar os chiliques e os achaques que eu dou, como reclamar do sorriso fácil, das cantadas baratas e aclamar o vôo das flores heicópteras e do som do vento nos galhos das árvores. é isso. simples e transparente como a singeleza escondida nos detalhes para gente que consegue ler por trás dessa retórica.

Ontem pela manhã eu sentia um vento bom agitando os cabelos que começam a encobrir as orelhas e a testa, um sol fraco e terno esquentando as pernas e um desejo perene esquentando mais ainda por dentro. Logo mais a noite fomos dançar e as luzes coloridas e as contrações me faziam rir, agitar as mãos e as pernas desmedidamente. Um momento chegaria e eu estava borbulhando para acontecer. E entre coisas mal ditas, mal interpretadas, omitidas, envergonhadas, gaguejadas, ridas e cochichadas eu senti a ascensão de mais um relacionamento, onde nada se lê por palavras e sim por respiração.


e quando cheguei em casa, às 06:00 e me preparava pra deitar, comecei a pensar em balões sendo abandonados no vento, voando um por um, ou em duplas e trios até que ficou somente um na minha mão. Não ia fazer isso, mas abri a mão e deixei ele ir, aleatóreo e livre.

no lugar de algo, nasce amizade.

mas estou sendo idiota o suficiente pra dizer que haverá espaço, por muito tempo, B., até que algo seja capaz de substituir.


hunpf

falei.

17.2.07

...

**headphones: Turn Around and Look At Me (lyrics by EDDY ARNOLD)


There is someone walking behind you
Turn around look at me
There is someone watching your footsteps
Turn around look at me.

There is someone who really loves you
Here's my heart in my hand
Turn around look at me
Understand.

There is someone to stand beside you
Turn around look at me
There is someone to love and guide you
Turn around look at me.

I've been waiting but I'll wait forever
For you to come to me
Turn around look at me...
Turn around look at me...

16.2.07

O que fazer quando alguém te mostra o brilho das estrelas mais de perto?

Faz menos de 7 dias. As férias estavam meio estagnadas: já tinha brincado, dormido, bebido, farriado, ficado em casa, escrito o suficiente, fumado cigarros o suficiente... E o turbilhão de sensações voltou a soprar seus ventos sobre mim e me arrancou pela janela do ônibus. Tudo breve, num repente que até agora eu não consegui raciocinar!
Não sei... As vezes sinto uma nostalgia muito nojenta: fico meio sonolento, reviro fotos, busco cheiros onde não há mais nada, volto a conversar com o vento, rio a toa (logo eu, que detesto riso sem motivo) e deito a noite na cama e fico observando a noite crescer em volta de mim, percebendo que aos poucos ela se torna familiar e definível.
*A pergunta é: o que fazer quando alguém te mostra o brilho das estrelas mais de perto? Mesmo que ela não perceba, mas que para você bastou aquele momento como uma fagulha basta para fazer uma fogueira acender.

Não sei se vc sabe disso, mas.... obrigado.
E só pra constar: estou gostando de vc B.

15.2.07

De como o nada passa a ser uma coisa

Suponhamos a idéia de que o universo é regido pela força do livre arbítrio divino. E o que é esse livre arbítrio senão a capacidade de seleção de opções, sendo que essa escolha pode ou não estar de acordo como traçado pelo "divino". Suponhamos que as coisas pensadas por esse arbítrio passam a ser conhecidas (coisa) e que a parte estranha e não construída por ele não recebe coisificação alguma. Essa parte se torna então o antônimo assimilado como recebedor de um prefixo tido como o ausente de-, o desposto de-, a descoisa de- e finalmente o "nada".
Estabelecem aí uma antítese: nada e coisa. Disso podemos pensar que as coisas se mantêm exatamente em oposição ao nada e que uma linha tênue separa esses dois pólos de espaço pensado e espaço não pensado. Entretanto a medida em que as idéias tomam forma no consciente, elas deixam o espaço do nada e passam para o espaço da coisificação.
Disso eu posso postular que as coisas passam a existir a medida em que nossas idéias vão sendo formadas, por exemplo: vamos pensar numa laranja. E agora vamos comparar as ídéias de laranjas que as pessoas tiveram: podem-se pensar em laranjar gigantes, laranjas pequenas, verdes, normais, de cores alteradas e partidas ao meio. A lembrança da laranja gerada é somente uma, de primeiro impacto. O que não foi lembrado é descartado para uma zona de possíveis memórias, uma zona "de nada".

14 de fevereiro de 2007, as 02:26:00.



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11.2.07

monologando em diversas formas, em vários momentos...


1) Meu corpo pulsa serelepe. A aurora do dia vai aparecendo, invadindo meu ser. As moriçocas da beira do lago começam a aparecer e aos poucos vamos sentindo o coçar das pernas. O sol vai nascendo, majestade firme. Vou me deitar e acordar quando o corpo achar que já é tarde suficiente pra ir embora e quando isso acontecer eu irei a francesa, passando como uma brisa da tarde. Nada mais me importa, hoje alguém me mostrou o brilho das estrelas mais de perto...
...

2) Ando distraído pelo meio dos outros. Não consigo me concentrar direito em pontos simples como por exemplo notar que um dos cadarços está desamarrado há mais de 20 minutos. Os olhos passeiam pela pintura do teto da rodoviária e se divertem com as pessoas que passam. amigos aparecem. A tarde chega e estou em casa.


3) Detesto gentileza física.


4) "Liberdade é pouco. O que eu quero não tem nome..."

5)"O primeiro sinal da incompreensão é o riso; o segundo, a seriedade"


6) Eu liguei para... sobre ontem... eu me senti barato. Me senti como se estivesse na obrigação de receber um prêmio de consolação pelo esforço impresso na tentativa de vc... Mas agora que eu estou falando eu tô mais aliviado e estou falando pra não causar falsas impressões.


7) Elegante... sua atitude foi muito elegante.


8) A sensação que eu tenho é que tudo é feito de areia. Prédios e estradas feitos de areia fina que ao menor toque do vento se precipitam pelo ar......







(em breve mais produções.)

8.2.07

Myself and I, trough strange views

Alonso
Nome de sábio
Rosto de menino
Jeito safado
Tiso manhoso
Sorriso gostoso
porte afobado
Quando ele vem
O vento se espanta
O sol irradia
A lua se aquieta
De noite ou de dia
O mar se revolta
As estrelas a luzir
Só fazem pensar, só fazem querer.
Só fazem amar, só fazem sorrir.


Fizeram pra mim. Legal né?

Começando o dia lentamente, com requinte de preguiça. Claridade, céu pálido com nuvens de chuva e chuva. Dedos cortados no intento de se fazer uma marionete (Vou conseguir!): um nenêm que nasce das minhas mãos.
Frio e chuva!
guarda chuva novo
"Respire e conte até... até vc se acalmar."
é isso, simples...

5.2.07

quase 24h depois....

Espremidas entre uma noite mal dormida... entre guizos de serpentes que nos entreolham com dúvida e desejo, entre perfurações cotidianas e mal adiantas, entre sentimentos que oscilam numa gangorra de valores....
Espremidas entre a culpa de fazer e o sentimento de humanidade que elas trazem consigo...
Entre a dor na alma e o choro provocado pelos pecados.
Entre o medo da noite... entre a excitação das luzes que correm através de nós...
Entre querer ficar e querer demonstrar algo... querer fugir e me molhar nos pingos da chuva...
Entre a dubiedade de rir e chorar na mesma hora (rir por fora, chorar por dentro)
Entre a presença de rostos conhecidos e outros esfumaçados... ser carne na vitrina, ser comprador de carne em vitrinas.
Entre o ódio de uma batida de carro, entre os gritos dados dentro carro na volta pra casa às 05:00...
Espremidas entre o ódio, a ira e o medo, duas lágrimas quentes rolaram pelo rosto frio, banhado pela luz ocre do céu noturno e nublado....

2.2.07

calustrofobia ao contrário?


"Creio que o pecado é realmente um mistério tão grande como a virtude."

Charlie Chaplin


Comecei os últimos dias com palavras ao vento, abandonadas como se fossem confetes no olho de um redemoinho a fim de dar movimento à retilinidade alcançada com o custo de quase três meses de férias. Os astros diziam que um ar de mistério me envolveria e que seria impossível querer esconder isso dos outros; meus sonhos, revestidos de pesadelos, faziam assustar, excitar e davam um ar de meninice tirado do fundo de uma caixa que devia ser especial em outra época. Ou ainda é.

meninice e mistério... uma ótima mistura! talvez seja por isso que eu fui tão impulsivo nesses últimos dias, sem nem me dar conta de nada. (Uma fagulha chispava uma explosão!) e de repente eu estava acontecendo, aleatório como eu sempre gostei de ser e poucas vezes fui: a bola 8 da sinuca na bolsa, um anel querendo ser devolvido, palavras que eu não falava, alturas que eu não alcançava, viagens e espasmos nunca sentidos....


E ontem ainda fui dançar.... tanta gente e eu mais uma vez me sentindo um churransco grego, rodando em torno do próprio eixo acompanhando som e luz. Um sentimento descritivel e ao mesmo tempo impossível de se descrever.


Sentindo uma contra-claustrofobia.